Super Fruits Slot - Uma doce parceria e a ascensão do cacau 100% cearense
Com notas de café e rapadura, o Cacau do Ceará abre portas para a cultura do fruto no estado
Há sete anos, Romina Kochi deu os primeiros passos em sua jornada culinária ao fundar a Romi Delícias. Sua paixão pela confeitaria - combinada com o desejo de conciliar sua vida familiar -, a levaram a explorar o mundo da gastronomia a partir de sua própria cozinha. Nascida na Argentina e com um nome de origem alemã, que significa "cozinheiro", Romina parece que estava mesmo destinada a criar delícias de encher os olhos – e de dar água na boca.
“Eu venho de uma família em que todas cozinham, é uma família que tem tradição na cozinha Então eu cresci cozinhando, ao lado de minha mãe e irmãs, e a confeitaria foi sempre algo de que eu gostei muito. Na escola eu já fazia alfajores, biscoitos e vendia para os meus colegas, então sempre o que mais me puxou do lado da cozinha foi a confeitaria”, conta.
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Quem trabalha com confeitaria sabe que a qualidade do chocolate faz toda a diferença no resultado final, por isso, quando começou a trilhar esse doce caminho, Romina optou pelo chocolate belga: “porque era um chocolate que a maioria dos profissionais dos cursos usavam”, comenta. No entanto, a escolha pelo insumo mudaria de rota - das terras belgas para o Ceará - quando Romina ouviu falar pela primeira vez sobre um tesouro escondido nas terras cearenses.
A curiosidade e o desejo de promover ingredientes locais levaram Romina a buscar uma amostra do cacau produzido por Diógenes Abrantes, um produtor apaixonado pelas riquezas do Ceará. Foi amor à primeira vista, ou melhor, à primeira degustação. O cacau cearense conquistou Romina com sua qualidade excepcional, rivalizando com os chocolates importados em termos de excelência: “além da qualidade e do sabor, o cacau dele me encantou porque no chocolate importado eu sentia notas mais de caramelo, no chocolate do Diógenes eu senti notas de café e rapadura, que são produtos bem brasileiros e eu gosto muito de colocar nas minhas receitas produtos locais ou brasileiros”, conta.
Mas a escolha de Romina não se limitou apenas ao sabor. Ela também considerou o impacto ambiental, optando por um produto local cujos grãos percorriam uma distância muito menor até sua cozinha em comparação com os importados. Essa decisão refletiu seu compromisso com a sustentabilidade e seu desejo de apoiar os produtores locais.
A parceria entre Romina e Diógenes floresceu quando ela visitou a fazenda de Diógenes. Lá, ela testemunhou em primeira mão o processo artesanal do cultivo do cacau, desde a plantação até a transformação em barras de chocolate: “Ver esse processo, desde o grão, desde a planta até a barra de chocolate, é muito bom e faz a gente valorizar mais o trabalho dele e o produto”, explica uma Romina orgulhosa da parceria, que rende ainda muitas trocas, já que Diógenes mostrou-se um parceiro flexível e disposto a atender às necessidades específicas de Romina, criando produtos personalizados, como "caletes" de chocolate, para facilitar seu trabalho na cozinha.
“A gente conversa sobre o que eu gostaria de ter no chocolate, talvez menos açúcar, talvez um chocolate branco, aí ele vai atrás, né? Ele está disposto a melhorar cada vez mais o chocolate, e ter mais opções, então é muito bom ter um parceiro com essa facilidade de trabalhar, então vejo que ele tem um potencial muito grande de crescer e até de outras marcas aparecerem também no Ceará, porque é uma terra muito fértil”, celebra a confeiteira.
Diógenes Abrantes e seu cacau 100% cearense
Diógenes Abrantes, por sua vez, tem sido uma figura forte na ascensão do cacau cearense. Sua jornada começou em 2010, quando foi contratado como consultor para projetos de culturas temperadas na região. O cultivo do cacau se destacou como uma opção promissora, e Diógenes mergulhou de cabeça na pesquisa e no cultivo do cacau de alta qualidade.
OCacau do Ceará chamou a atenção de compradores e recebeu elogios por sua qualidade. No entanto, a jornada de Diógenes não foi isenta de desafios. Em 2019, ele enfrentou um momento pessoal delicado com o diagnóstico de câncer de sua esposa, o que o levou a repensar suas prioridades e, após passar pelo tratamento ao lado da companheira, decidiu dedicar-se ao negócio do cacau e do chocolate em Limoeiro do Norte, no Vale do Jaguaribe.
Ele investiu em equipamentos e estudou a agroindústria do cacau, focando em melhorar a fermentação e o processamento para elevar a qualidade de suas amêndoas: “fui desenvolvendo a embalagem, fazendo as análises, fazendo os testes de temperagem para saber a qualidade do chocolate. E desde 2019 para 2020 a gente vem trabalhando o cacau do Ceará”, comemora Diógenes.
Ele explica que a qualidade do produto está diretamente ligada ao modo de produção: “É um cacau que a gente sabe que é de excelente qualidade porque não tem fumaça para secar. A gente faz um processo de separação na hora do processo, sempre procurando manter a qualidade do produto para que o produto se firme no mercado”, enfatiza. E a ideia agora é fazer o produto cearense chegar cada vez mais longe: “Hoje nós estamos já com uma pequena expansão. Vamos aumentar a nossa escala produtiva porque existe uma demanda pelos produtos da Cacau do Ceará”, comemora. E, além das amêndoas, a empresa já produz o pó de cacau, utilizado na fabricação de cookies e bolos, o nibs e as barrinhas com teores que vão de 46% a 70%.
O Futuro do Cacau Cearense
A parceria entre Romina e Diógenes é uma história de sucesso que celebra a valorização de produtos locais, o respeito pelo meio ambiente e o comprometimento com a qualidade. Ambos continuam a elevar o cacau cearense a patamares mais altos, conquistando paladares e corações com a autenticidade e o sabor do Ceará. O futuro promissor do cacau cearense está nas mãos de empreendedores visionários como Romina e produtores apaixonados como Diógenes, que estão moldando o cenário gastronômico do estado e além. A revolução do cacau cearense é uma doçura que todos podemos saborear e celebrar.
